Muricy blinda elenco de crise política: “A gente não se envolve”

Técnico diz que centraliza comando e que guerra de bastidores entre atual e antigo presidente não atrapalham equipe Na semana da partida classificada por Muricy Ramalho como a mais importante do ano, uma crise política explodiu nos bastidores do São Paulo, alterando o clima nos corredores do Morumbi. E o pivô da confusão é ninguém menos que o mandatário Carlos Miguel Aidar, que detonou aquele que, até então, era seu principal aliado, o ex-presidente Juvenal Juvêncio.

Às vésperas do confronto com o Cruzeiro, líder do Brasileiro, o cartola lançou mais uma de suas polêmicas ao fazer críticas pesadas à herança recebida da gestão anterior, capitaneada por seu grande cabo eleitoral. A entrevista à Folha de S.Paulo gerou um racha na diretoria, mas, para o treinador, não irá afetar o ambiente do time em meio a uma arrancada no campeonato.

– Não chegou nada até nós e, pela maneira como a gente trabalha, nada irá atrapalhar – garantiu o comandante, de próxima relação com Juvenal.

Ao jornal paulista, Aidar afirmou que encontrou o clube em “situação pior do que imaginava” e revelou uma dívida de R$ 131 milhões. Criticou também benefícios dados pelo São Paulo a conselheiros, como viagens e hospedagens para acompanhar o time em partidas fora de casa.

As declarações geraram uma resposta de Juvenal, que atualmente comanda as categorias de base do Tricolor, em carta aberta. Nela, rebateu as críticas e disse que o atual presidente, como conselheiro, se beneficiava das mesmas vantagens que hoje quer cortar.

Muricy defendeu sua forma de atuar e, por ela, resolveu blindar o elenco mesmo diante da turbulência administrativa gerada pelas palavras de Aidar.

– O comando aqui é centralizado, e os jogadores respeitam isso. Funciona como um reloginho, tudo anda certo. Pelo perfil dos nossos atletas, nada do que não é do nosso dia a dia irá interferir, a gente não se envolve – afirmou.

Com clima tranquilo no campo e quente fora dele, o São Paulo recebe o Cruzeiro neste domingo, no Morumbi, às 16h, para tentar se aproximar do ponteiro, que hoje mantém vantagem de sete pontos sobre os paulistas, vice-líderes.