Roberto Natel deixou o São Paulo nesta sexta-feira. A reunião com o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, no Morumbi, serviu apenas para sacramentar uma decisão dada como concretizada nos bastidores desde terça-feira. A saída do ex-vice-presidente tem um motivo claro: ele quer ser presidente do Tricolor em 2017.
Por isso, Natel preferiu se afastar da gestão imediatamente para começar a trabalhar na candidatura para a eleição de abril, que, segundo ele, depende mais dos outros do que dele próprio.
– Quero me candidatar. Se lá na frente puder ser candidato à presidência, eu gostaria. Como sei que em abril ele (Leco) será, fica incompatível (continuar). Estaria traindo. Não faço isso. Prefiro trabalhar do que usar o benefício do cargo para viabilizar algo. Não quer dizer que serei (candidato). Não depende de mim, e sim das pessoas – disse.
Agora, nas palavras do próprio Natel, Leco terá uma sombra na situação. O ex-vice descarta ser um segundo candidato do grupo situacionista, pois não quer dividir as forças da sua ala política. Ele só aceitaria concorrer ao pleito de 2017 se vencesse uma prévia com Leco, ou se a oposição não lançar um candidato. Ou seja, concorreria só com o próprio Leco.
Natel descarta se aliar à oposição do Tricolor, mas não rejeita um possível apoio do megaempresário são-paulino Abílio Diniz, atualmente oposição à gestão do presidente Leco. Ele também não foge da responsabilidade pela situação do time, 12º colocado do Brasileirão e quatro pontos acima da zona de rebaixamento.
Logo depois de confirmar a saída do São Paulo, Roberto Natel atendeu o e deu sua primeira entrevista fora do clube. Confira abaixo:
Roberto Natel: Minha definição para sair vem de um ou dois meses atrás. Quando entrei na sala para definir com o Leco, antes de sair havia saído uma reportagem conturbada de que estávamos brigando, o que não é verdade. Estava em um cargo de alta confiança. Tenho um desejo, não é o mesmo do presidente. Quero realizar meus sonhos, que não são os mesmos do presidente. Não poderia estar no cargo, porque não seria correto. Eu e Leco somos muito amigos, continuo fazendo parte da situação. Não fujo da responsabilidade, não pulo fora do barco, porque continuo fazendo parte da situação, mas não seria certo continuar num cargo sem ter os mesmos desejos do presidente. Vou seguir minha vontade por um São Paulo forte, com profissionalismo. Não tem muito o que falar. Estamos na dificuldade e não fujo da minha responsabilidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário