Vinícius Pinotti virou "celebridade" a partir da manhã da última terça-feira, ao participar da apresentação de Centurión e revelar-se o mecenas que emprestou quase R$ 13 milhões ao São Paulo para adquirir 70% dos direitos econômicos do argentino. Ele é um dos acionistas do grupo que controla a Natura, empresa de cosméticos. Mal conseguiu trabalhar depois do evento no CT da Barra Funda. Seu telefone disparou a tocar tal qual o número de seguidores nas redes sociais.
– Foi uma repercussão assustadora – admitiu o rapaz, que se define da seguinte forma:
– Sou são-paulino doente, tenho até tatuagem. Uma história de "doença" desde meu nascimento.
A ideia de Pinotti e da diretoria do São Paulo é que a contratação de Centurión seja apenas o primeiro resultado prático de um projeto em elaboração há alguns meses. O presidente Carlos Miguel Aidar quer reunir empresários torcedores do clube para potencializarem o que chamam de "bons negócios". Não necessariamente relacionados às contratações: o Morumbi, o clube social e outras áreas do Tricolor também estão abertas aos investimentos do "grupo de ajuda ao São Paulo". O nome é provisório, pois o definitivo ainda não foi escolhido.
Pinotti chegou ao Morumbi por meio do amigo e diretor de marketing Ruy Maurício Barbosa. Eles coordenam, juntamente ao vice de comunicação e marketing, Douglas Schwartzmann, um plano para a criação desse grupo. O objetivo é reunir empresários com contatos e recursos financeiros para ajudar o São Paulo, sem participação direta na gestão do clube. Quando formalizada, a parceria terá um contrato estabelecendo as regras de atuação.
– Infelizmente, a repercussão recaiu sobre a ação e não sobre o conceito. Não é um movimento específico de tirar dinheiro do bolso para pagar o argentino. É um projeto de longo prazo que visa trazer investimentos e patrocínio ao São Paulo – ponderou o empresário, que usa sua rede de contatos para intermediar conversas do clube com empresas, mas faz questão de esclarecer que a Natura não tem nada a ver com o negócio.
Pinotti entende a repercussão. Afinal, não é todo dia que um torcedor desembolsa tal quantia para ajudar seu clube a contratar um jogador. Ele jura que não terá nenhuma participação numa possível revenda de Centurión. Aliás, até agora, nenhum documento foi assinado entre o empresário e o São Paulo. Mas será, inclusive com um prazo definido para o pagamento.
– Não tenho participação em jogador, não tenho comissão, não estou indo lá para ganhar dinheiro. Confio tanto nessa diretoria do São Paulo que não assinei nenhum acordo. Ainda não definimos exatamente um prazo (para que o clube o pague), mas posso antecipar que não será curto. Colaboro informalmente com o clube há algum tempo. Meu objetivo é levar recursos.
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